A comunicação não violenta (CNV)

Paulo Crispim


Nesta semana, quero apresentar o conceito de Comunicação Não Violenta (CNV), especialmente em tempos de redes sociais, marcados por um enorme fluxo de informações, muitas delas ofensivas e carentes de embasamento ou materialidade. O trabalho com arte e educação acaba por se deparar com esses desafios, exigindo dos envolvidos a compreensão e o combate à violência em todas as suas formas.

A comunicação é uma competência essencial para os seres humanos. Ela se manifesta de diferentes maneiras em todas as áreas da nossa vida. Como seres altamente sociais, dependemos dela para nossa interação e integração, o que torna fundamental o seu contínuo aperfeiçoamento.

Desenvolvida pelo psicólogo Marshall B. Rosenberg, a CNV é uma forma de comunicação que visa fortalecer os relacionamentos interpessoais, conectando-nos tanto às nossas necessidades quanto às dos outros. O objetivo é expressar-se sem ferir e ouvir sem se ofender. Essa abordagem pode ser utilizada em todos os níveis de comunicação, em diversos contextos.

Segundo Marshall, precisamos considerar quatro componentes em qualquer processo comunicacional: observação, sentimento, necessidade e pedido. A observação refere-se ao cuidado com o contexto em que estamos interagindo; o sentimento está relacionado à reflexão sobre o que sentimos, como quando nos sentimos ofendidos; a necessidade surge a partir desses sentimentos; e o pedido envolve a reflexão sobre as ações que solicitamos das outras pessoa

O Educativo Itinerante tem como característica chegar às escolas em diferentes territórios e realidades, seguindo as premissas da Comunicação Não Violenta (CNV), não apenas durante nosso trabalho, mas também, com ênfase, no processo de construção e criação de nossas propostas e atividades. Além disso, as relações interpessoais, em um contexto de muitas viagens, rotinas desgastantes e interações que precisam ser cuidadas, são analisadas sob a ótica da CNV.

Portanto, o desafio de trabalhar em projetos culturais e sociais, como o que praticamos, envolve formação e embasamento sobre a CNV, especialmente em tempos de banalização da violência e do engajamento que ela gera, inclusive entre os mais jovens. Nesse sentido, é necessário restabelecer a comunicação com base na empatia, buscando diálogos e encontros possíveis. A linguagem das artes pode ser uma ferramenta valiosa para contribuir nessa questão.

Por fim, como faço semanalmente, deixo uma breve referência em vídeo para os interessados aprofundarem seus conhecimentos sobre o tema e aplicarem essas premissas em suas dinâmicas e práticas. Além disso, é um convite a um olhar mais atento para si e para seus processos comunicacionais, de forma mais assertiva e colaborativa.

https://www.youtube.com/watch?v=6pbpOV7_8RY

Desejo a todos uma boa semana e um grande abraço!